Por que buscamos sentido em tudo? Descubra como a filosofia existencialista explica essa necessidade humana fundamental.
Por que buscamos sentido em tudo? Um olhar existencial
Por Carlos Santos
Convido você, leitor, a embarcar comigo numa reflexão profunda que nos acompanha desde o início da existência humana: por que sentimos a necessidade de encontrar sentido em tudo o que vivemos, pensamos e sentimos? Nesta jornada, vamos explorar os caminhos da filosofia existencialista, entender esse impulso humano que nos impele a atribuir significado às nossas aflições, conquistas, relações e ao próprio mundo que nos cerca. Afinal, como seres conscientes, estar no mundo não é apenas ocupar espaço no tempo — é um desafio constante de se explicar para si mesmo o que vale a pena ser vivido.
🔍 Zoom na realidade
O sentido da vida, ou de tudo que nos cerca, não é algo inato ou pré-determinado. Segundo o existencialismo, corrente filosófica que marcou o século XX e que ainda ecoa intensamente hoje, o sentido não é dado — ele é criado e construído por cada um de nós a partir da nossa liberdade e escolhas. Jean-Paul Sartre, um dos maiores nomes dessa escola, sintetiza: “A existência precede a essência”. Ou seja, primeiro existimos, e só depois definimos quem somos por meio das nossas ações e decisões.
Por isso, buscamos sentido em tudo: é parte da condição de sermos humanos livres, que tentam evitar o vazio e a angústia que surgem quando nos confrontamos com a liberdade e sua responsabilidade imensa. Esse sentimento acompanha o ser humano na sua trajetória, não raramente se manifestando como essa inquietação fundamental que chamamos de angústia existencial.
No Brasil, essa busca por significado tem um contorno muito peculiar, permeado por questões sociais, políticas e econômicas complexas. O cenário nacional, marcado por desigualdades e crises, faz a procura por sentido ser não apenas um exercício filosófico, mas também uma necessidade urgente para entender como podemos agir no mundo para transformá-lo.
📊 Panorama em números
Embora a busca por sentido seja um tema abstrato, ela pode ser relacionada a dados concretos sobre o bem-estar e saúde mental, que refletem o quanto a falta desse sentido impacta a sociedade:
Segundo pesquisa do IBGE, em 2023, cerca de 15% da população brasileira declara sofrer de sintomas relacionados à ansiedade e depressão — sintomas frequentemente associados a crises existenciais e falta de propósito claros no cotidiano.
Dados do Ministério da Saúde indicam que casos de transtornos mentais têm aumentado 20% nos últimos cinco anos, especialmente entre jovens, fase da vida marcada por intensa busca de identidade e significado.
Em uma pesquisa global da Organização Mundial da Saúde (OMS), indivíduos que relatam ter um propósito de vida forte demonstram melhor resiliência diante do estresse e maior qualidade de vida.
Estes números sublinham que a busca por sentido transcende a esfera pessoal e está ligada diretamente ao bem-estar coletivo e à construção social.
💬 O que dizem por aí
Filósofos e pensadores de distintas eras concordam que o sentido não é um dado fixo:
Jean-Paul Sartre afirmou que somos condenados à liberdade, isto é, obrigados a escolher e criar nosso próprio sentido, sem garantias externas.
Albert Camus argumentava que a vida é absurdamente desprovida de sentido objetivo, mas que cabe a nós revoltarmo-nos contra esse absurdo e dar sentido às nossas ações.
No Brasil, pensadores contemporâneos mostram que essa busca é também um reencontro com a própria identidade cultural e social, pois o sentido de vida se entrelaça com as condições de existência históricas.
A pluralidade de sentidos que atribuímos à vida reflete-se, assim, nas múltiplas práticas e valores com os quais nos relacionamos: trabalho, família, política, arte, espiritualidade — todas essas áreas oferecem perspectivas diferentes para encontrar propósitos.
🧭 Caminhos possíveis
Diante dessa complexidade, quais rotas podemos seguir para navegar na busca de sentido?
Construção ativa do significado: Em vez de esperar respostas prontas, assumir a responsabilidade de criar sentido nas pequenas e grandes ações cotidianas, seja cuidando de relacionamentos ou engajando-se em causas sociais.
Autenticidade: Inspirados pelo existencialismo, buscar uma vida coerente com nossos próprios valores e convicções, evitando o conformismo e a alienação.
Aceitação da angústia: Reconhecer que a sensação de vazio e dúvida é parte da existência e não uma falha pessoal; essa aceitação abre espaço para o crescimento.
Aprofundamento em práticas filosóficas e espirituais: Quer seja pela reflexão crítica ou pela experiência transcendente, ampliar o repertório para dar sentido ao vivido.
Engajamento social: No Brasil, onde as disparidades sociais são marcantes, encontrar sentido no compromisso com a transformação coletiva pode reforçar a sensação de pertencimento e propósito.
🧠 Para pensar…
Como a liberdade de escolher seu próprio caminho pode ser ao mesmo tempo um poder e uma fonte de angústia?
Será que o sentido que buscamos é algo único e definitivo ou uma construção fluida que pode mudar com o tempo?
De que forma o contexto social brasileiro influencia nossa necessidade de sentido, especialmente em tempos de crise política e econômica?
📚 Ponto de partida
O existencialismo, movimento que surge no século XIX e tem seu apogeu em filósofos como Kierkegaard, Heidegger e Sartre, parte do princípio de que não há um sentido pré-determinado para a existência humana. Somos indivíduos que nascem sem um roteiro e precisam inventar seu próprio caminho, um processo muitas vezes difícil e marcado pela angústia, mas fundamental para sermos autênticos.
📦 Box informativo 📚 Você sabia?
O sentimento de angústia existencial é uma resposta à percepção de liberdade ilimitada e responsabilidade pessoal.
Para Sartre, fugir dessa responsabilidade seria viver de forma inautêntica, aceitando papéis impostos pela sociedade.
A proposta do existencialismo é abraçar essa liberdade e, assim, encontrar sentido por meio das escolhas feitas com consciência.
🗺️ Daqui pra onde?
Nesse mar de incertezas, lembrar que a busca por sentido é uma jornada compartilhada pode nos confortar. Trocar experiências, refletir sobre o que cada um valoriza e buscar formas de contribuir para um mundo mais justo são passos essenciais para tornar nosso caminho mais claro.
No contexto brasileiro, essa jornada ganha um caráter coletivo, pois o significado da vida muitas vezes está intrinsecamente ligado à transformação social e ao reconhecimento da dignidade humana.
⚓Âncora do conhecimento
Se você está enfrentando momentos difíceis ou quer aprender a lidar com as próprias frustrações e desafios dessa busca existencial, recomendo a leitura do post: Aprenda a lidar com frustrações e superar os obstáculos da vida. Uma reflexão que pode ser o ponto de partida para construir uma vida mais autêntica e significativa. Clique e confira!
Reflexão final
Buscar sentido em tudo não é apenas um traço humano, mas um chamado à liberdade e à responsabilidade que enfrentamos diariamente. Viver com sentido é um ato de coragem, que implica reconhecer a angústia e continuar escolhendo, criando e reinventando a própria existência. Que possamos, portanto, com humildade e determinação, assumir essa busca como parte essencial da nossa caminhada pessoal e coletiva.
Recursos e Fontes em Destaque
🔗 Todos os links foram verificados e direcionam para fontes confiáveis. Recomendamos a leitura complementar para enriquecer sua experiência.
Nota: Este conteúdo segue a linha editorial do Diário do Carlos Santos, equilibrando crítica social, dados atualizados e contexto nacional, com linguagem pessoal e autoral.
Leia, compartilhe e reflita: cada pequeno ajuste pode ser o ponto inicial para grandes transformações.
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